Vivemos uma cultura de miscigenação e é do povo indígena que herdamos muitas palavras, hábitos e conhecimentos. Poderíamos ter aprendido mais com eles, mas preferimos tentar mudá-los, obrigá-los a seguir outros costumes, cultuar outros deuses, buscar outros alimentos, usar outras vestes. Continuamos fazendo isso em nosso dia a dia brigando para reverter tudo que encontramos e que nos parece ‘diferente’. Desta maneira perdemos muito. Perdemos conhecimento, perdemos momentos, perdemos amigos, perdemos nossa história.
O índio brasileiro sofreu massacrado pelos interesses econômicos desde o ‘descobrimento’ do país. Hoje, em situação de pobreza, de fome, sem terra, sem norte, mantém sua esperança em alguns poucos (abaetês) que buscam auxiliá-los na recuperação de sua dignidade. Uma situação que não é exclusividade do povo indígena em nosso país, maquiado por comerciais institucionais.
Suas terras, tão importantes por conterem no solo os resquícios de seus antepassados e possuir valor que transcende o financeiro, estão diminuindo, para dar lugar a usinas questionadas, plantações e criação de gado, que surgem sob o argumento de acabar com a miséria, alimento que cada vez mais sai para o exterior pelos nossos portos. Quem não entende da cultura indígena quer legislar sobre como devem viver, onde devem ir e o que devem fazer. Bobagem!
Mas o índio também se reinventou, buscou entender o mundo fora de suas comunidades e se adaptar, tentando, ainda assim, não perder sua essência. O índio buscou estudar, participar da tão falada ‘democracia’, socializar se com outros povos, dar voz à sua comunidade. Povo de força, neste dia do índio, e em todos os dias de minha vida, eu tenho orgulho de ser descendente de Guarani.
E peço a todos que nunca se esqueçam que essa cultura faz parte da sua vida. Posicione-se a favor da cultura indígena, mesmo que ela esteja longe de seus olhos. Sou cabocla, ando de ‘canoa’, amo a natureza e nada disso é por acaso.
* Bacharel em Comunicação Social, pós graduada em Controle e Gestão Ambiental, pesquisadora de povos e comunidades tradicionais da região metropolitana da Baixada Santista.
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