Por..:: Renato Marchesini
A introdução de avanços tecnológicos na indústria do turismo
tem promovido mudanças substanciais na organização do trabalho. Robôs
substituem mensageiros ao carregar bagagens, máquinas automatizam o preparo de
alimentos sem a necessidade da intervenção humana, assistentes virtuais
realizam reservas e compras de passagens, e totens digitais possibilitam o
check-in e despacho de bagagens sem qualquer interação presencial. Essas
transformações representam um cenário futurista ou uma realidade iminente?
Este texto tem como objetivo discutir as tendências
emergentes no setor, considerando tanto os avanços tecnológicos e a progressiva
flexibilização das relações de trabalho.
Ainda que seja impossível prever com exatidão os impactos
desse processo sobre o futuro da hospitalidade e do turismo, é inegável que o
capital continuará a investir em tecnologia com o propósito de reduzir custos e
ampliar a extração de mais valor dos trabalhadores. Além de otimizar processos,
a tecnologia também tem sido utilizada como ferramenta para intensificação dos
ritmos produtivos e para reforço dos mecanismos de controle sobre a força de
trabalho.
Ademais, é fundamental reconhecer que a definição e a
ampliação das jornadas laborais são historicamente determinadas pela dinâmica
de tensão entre a classe burguesa e a classe trabalhadora. Nesse contexto,
torna-se imprescindível fortalecer a organização coletiva dos profissionais do
turismo, assegurando que esses debates sejam incorporados às discussões na academia e no mercado.



