PANDEMIAS & PANDEMÔNIOS (Capítulo 1): A Ver Navios
Estamos vivendo em momento de muitas incertezas e jogos de interesse, vírus (doença) necessidade de cuidado e protocolos de segurança, vírus (político/eleitoral) nem quero comentar este agora, vírus da (insegurança jurídica) aí nos perguntamos:O saudoso governador paulista André Franco Montoro (1916-1999), um grande municipalista, já dizia “ninguém mora na União ou no Estado. As pessoas moram nos municípios”. É onde elas exercem suas vontades como cidadãs, é onde constroem sua vivência, lutam por melhores condições de vida e desejam que as melhorias sejam feitas em nome do bem-estar comum.
A interpretação do decisão do STF: Deve ser sim avaliada. Se não para a união, para os municípios. O “meio boca” (estado) me parece algo fora de contexto.
Por isso a necessidade urgente de fortalecer os mais de 5.570 municípios brasileiros. Isso não é novidade, a própria Constituição de 1988 fala de uma república federativa descentralizada, desejosa por fortificar o papel municipal. Mas infelizmente isso não ocorreu nestes últimos 31 anos.
Vivemos na República Federativa do Brasil. Federação significa reconhecer que a União existe a partir da base que são os municípios, passando pela articulação de determinados espaços que constituem um Estado. Mas que deve ter respeito à autonomia das diferentes esferas e basicamente deve ser um país em que nós tenhamos autonomia, reconhecendo a diversidade do país continente.
Medidas tomadas pelos governos estaduais e federal foram concentrando a arrecadação nos entes União e Estado, fazendo com que os municípios fossem perdendo sua autonomia. Sem a plenitude na administração dos recursos que necessitam, foram ficando mais dependentes e sem condições de seguirem seu próprio caminho para formar uma nação forte e próspera.
As funções foram redistribuídas e as administrações municipais ganharam mais encargos, responsabilidades e preocupações. Porém, na contramão dessa independência, os recursos diminuíram, deixando a municipalidade sem maiores condições de ser exercida, amarrando os municípios ao estadual e ao federal.
E aqui meros empreendedores, trabalhadores, famílias… Estão a VER NAVIOS. Pois não é possível mais aceitarmos este papinho de mesmo barco.
Em momento de inúmeras incertezas, me remeto a muito mais dúvidas do que afirmações. Pois a possibilidade da dúvida pode assim trazer os questionamentos/reflexões necessárias para que assim deliberamos caminhos mais assertivos e de fato pensando em todos e não deixando ninguém para trás.



