Região Metropolitana da Baixada Santista,
uma vez mais, vê-se ameaçada pela implantação de um Incinerador
de Lixo, cuja possibilidade foi aventada recentemente por declarações
à imprensa do atual Presidente da CETESB e do Prefeito de Praia
Grande, inclusive com a disposição desse Prefeito em oferecer ao
Governo do Estado uma área situada naquele Município para tal
finalidade.
dessas equivocadas e nefastas posições, as Entidades
abaixo assinadas vêm expor aos Vereadores e Prefeitos das cidades da
Baixada Santista, à sociedade em geral e demais autoridades, sua
posição contrária sobre a questão da incineração no Brasil e
particularmente na Região Metropolitana da Baixada santista,
fundamentadas nas questões abaixo relacionadas:
Brasil ratificou a Convenção de Estocolmo, em 2004, tratado da
Organização das Nações Unidas, que reconhece que os incineradores
são hoje uma das principais fontes de formação de dioxinas e
furanos, poluentes orgânicos persistentes e bio- acumulativos mais
tóxicos produzidos pelo homem.;
foram diagnosticados mais de 195 compostos químicos diferentes nas
emissões de incineradores de resíduos
saúde pública e o meio ambiente devem ser preservados e que os
incineradores são inerentemente uma atividade que causa danos
ambientais e de saúde irreversíveis. E que o Brasil deve reduzir as
emissões de gases poluentes, combatendo o aquecimento global;
emissões aéreas são incontroláveis e que as cinzas dos
incineradores são classificadas como resíduos de Classe I –
Perigosos, de alta toxidade.;
através da compostagem e da biodigestão estaríamos produzindo
adubo e biogás, evitando a contaminação do solo pelo chorume e o
aquecimento global pelo metano;
aproximadamente 50% dos resíduos domésticos é de lixo orgânico.
Portanto, com a compostagem e a biodigestão, estaríamos aliviando
consideravelmente os aterros e melhorando a estrutura do nosso solo
aumentando a retenção de água e diminuindo a utilização de
pesticidas e herbicidas com a presença de micro-organismos e
fungicidas naturais;
coleta, separação, transformação e venda de materiais recicláveis
por catadores organizados em cooperativas ou associações significa
geração de renda e oportunidades para o desenvolvimento humano,
além de ser uma contribuição indispensável para o meio ambiente
por recuperar recursos naturais;
Baixada Santista existam milhares de catadores sobrevivendo da
atividade de coleta de materiais recicláveis, sendo que já existem
dezenas de grupos organizados participando da cadeia da reciclagem,
promovendo a sustentabilidade por meio do desenvolvimento humano e a
integridade dos processos ecológicos;
Diagnóstico do Manejo dos Resíduos Sólidos de 2007, publicado pelo
Ministério das Cidades, aponta que em 56,9% dos municípios
pesquisados existe coleta seletiva e que em 83% dos mesmos existem
catadores atuando na recuperação de materiais recicláveis. E,
neste contexto, a cidade de Santos promove a coleta seletiva semanal
em toda a cidade;
existem centenas de municípios operando programas de coleta
seletiva, sendo que a metade integram cooperativas de catadores. E
que apesar da necessidade de qualificação, bem como a ampliação
deste processo, já há indicações efetivas de que este é o melhor
caminho;
dos maiores incineradores emprega apenas cerca cem trabalhadores, ao
contrário dos milhares de empregos gerados por um sistema eficiente
de coleta seletiva, reutilização, conserto, compostagem e nas
indústrias de reciclagem;
existência de um parque industrial de reciclagem em crescimento no
país e que 80% dos materiais que o alimentam vêm por meio do
trabalho dos catadores;
implantação de incineradores necessita de investimentos elevados
para a sua instalação e manutenção. (Interesses econômicos,
políticos e corporativos);
processo de queima está baseado na destruição dos materiais e que
os processos de recolhimento e reciclagem estão baseados na
reintrodução dos materiais nos processos produtivos, economizando
assim recursos naturais não renováveis;
toda vez que se incinera alguma coisa, o objeto queimado tem que ser
substituído com todos os custos de energia gastos na fabricação e
processamento primário. O que acaba gastando mais energia do que a
incineração produz;
processo de monitoramento e controle da poluição gerada por
incineradores é extremamente caro e complexo, bem como o custo de
análise para dioxinas e furanos;
somente reutilizando, reciclando e fazendo compostagem é que se
consegue reduzir os custos energéticos e a poluição causados pela
fabricação e processamento primário;
incineração, com ou sem recuperação de energia, tornar-se-á
inviável tanto econômica quanto ambientalmente;
não faz sentido gastar tanto dinheiro, tempo e esforço para
destruir materiais que deveríamos compartilhar com o futuro;
mesmo que houvesse uma incineração segura, capturando todas as
emissões tóxicas e manipulando e armazenando de forma segura as
cinzas, o que é impossível, não seria ético;
através da compostagem e da biodigestão estaríamos produzindo
adubo e biogás, evitando a contaminação do solo pelo chorume e o
aquecimento global pelo metano;
nenhuma solução para o lixo, inclusive com a incineração, fará
com que nos libertemos dos aterros num futuro próximo;
aterros continuarão a ser uma realidade, resta saber com que tipo de
aterro as pessoas querem conviver: 1) Um aterro de lixo não tratado;
um aterro que recebe as cinzas tóxicas e outros resíduos do
incinerador, além do lixo que não foi queimado; ) ou um aterro que
recebe resíduos depois de uma separação intensa na origem,
reduzidos com a reutilização, a reciclagem e um programa de
compostagem;
tarefa da sociedade não é aperfeiçoar a destruição do lixo, mas
encontrar formas de reduzir a produção de lixo. E consequentemente
reciclar e reaproveitar aquilo que for produzido;
incineração vem sofrendo forte pressão nos EUA, na Europa e na
Ásia;
Alemanha, país que embora tenha a melhor tecnologia na construção
de incineradores, um documento contrário aos incineradores
denominado “O Melhor Conceito de Lixo” foi assinado por mais de
um milhão de pessoas em apenas 12 dias;
governo sueco orientou as mães para que não amamentassem seus
filhos após os três meses. O motivo foi a detecção de dioxina no
leite materno;
1976, em um vilarejo italiano, um vazamento de dioxina ceifou
milhares de vidas;
maneira como um objeto vai ser reciclado ou reutilizado tem de ser
definida no início do processo de produção;
responsabilidade pela comunidade, pelas gerações futuras e pelo
respeito e proteção às demais formas de vida do planeta;
com o tempo é que vamos perceber o que há por trás do apelo por
estas instalações. E que vamos perceber também o atraso enorme que
elas representam sob o ponto de vista ambiental, social, econômico e
de mudanças na direção de uma sociedade sustentável;
amplas possibilidades desenvolvimento de políticas governamentais
que tenham por norte a ética e a supremacia da sociedade sobre os
interesses financeiros e empresariais;
PROPOSTAS
Gestores Públicos dos Municípios da Baixada Santista:
de galpões para cooperativas de catadores com a utilização de
recursos federais para essa finalidade, bem como de recursos do
Estado e do próprio município;
licitatórios para a coleta de lixo, ao invés do contrato por
tonelagem, seja exigida da concessionária a coleta seletiva, a
reciclagem e a compostagem. Inclusive a instalação de uma Usina
Biodigestora com ativa e protagonista participação das Associações
de Catadores.
risca o que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS). Inclusive e principalmente exigindo o cumprimento da
Logística Reversa.
de uma Campanha Educativa-ambiental sobre a separação domiciliar do
lixo doméstico
ENCAMINHAMENTOS
são vários os argumentos contrários à fabricação e à
instalação de incineradores, dentre os quais seis se destacam:
Emissões tóxicas; Disposição das cinzas; Custos financeiros
altíssimos; Desperdício de energia envolvido; – Oposição
pública; – Necessidade de prover o Desenvolvimento Sustentável da
Região Metropolitana da Baixada Santista;
abaixo relacionadas, bem como Cidadãos e Cidadãs da Comunidade,
subscrevem o presente Manifesto pela Vida, pelo Desenvolvimento
Sustentável e Contra a Incineração de Resíduos, vêm solicitar
aos Vereadores e aos Prefeitos dos Municípios da Região, à CETESB,
à SABESP, ao CONDESB, à AGEM demais e às autoridades:
instalação de incineradores e a consequente proibição de
tratamento térmico para resíduos domiciliares na Região
Metropolitana da Baixada Santista;
A implantação de Políticas Públicas que contemplem todo o ciclo
de Reciclagem de Resíduos: coleta seletiva, recursos físicos e
equipamentos adequados para a separação, processamento e a
comercialização desses resíduo, de modo a beneficiar, a gerar
emprego e renda e a garantir a participação protagonista de
Associações e Cooperativas de Catadores e demais organizações que
se caracterizem por Empreendimentos Solidários na definição,
implantação e operacionalização dessas Políticas Públicas.
de Políticas Públicas que tenham por finalidade alcançar a meta
“Lixo Zero”, que contemplem alternativas tecnológicas à
incineração, especialmente a biodigestão, a compostagem e a
reciclagem de resíduos
……….. de …………………………………….. de 2015
Assinam:
de Santos;
Regional pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos
para Iniciativas Simultâneas
e Subscrição do Manifesto
lançamento do Manifesto
ao Governo do Estado à CETESB, à SABESP, à AGEM, ao CONDESB e às
Prefeituras, encaminhando o Manifesto
pela Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos na Baixada Santista
debate sobre o tema “O Povo Está Pedindo Água”
Público de Protesto em Praia Grande
a constituição de uma Rede de Associações e Cooperativas de
Catadores e a criação de uma Cooperativa de 2º grau
sobre a obrigatoriedade da separação domiciliar de resíduos, por
meio da edição de um vídeo a ser veiculado nas Escolas e pelos
meios de comunicação locais
para a criação de espaços de participação da Sociedade Civil no
CONDESB (Plenárias e Câmaras Técnicas), de acordo com o que
preconiza Lei Federal recentemente sancionada que institui o
Estatuto da Metrópole
de grande abrangência para a abordagem e novos encaminhamentos sobre
o adequado encaminhamento de Resíduos Sólidos na Região
Metropolitana da Baixada Santista, de acordo com a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, a ser realizado em Santos por este Comitê e
Entidades Parceiras, por ocasião da Semana Nacional do Meio Ambiente.
Fórum da Cidadania de Santos/CONCIDADANIA
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