Associação Paulista de Escalada Esportiva (Apee) pode acabar por falta de verba e interesse dos escaladores

Com falta de pessoal para cuidar da administração e baixa presença de
atletas nas competições, a Associação Paulista de Escalada Esportiva
(Apee) corre o risco de acabar. Criada em 2002, a associação já foi uma
das mais ativas do país, chegando a organizar seis provas por ano. No
dia 16 de abril, às 20 horas, será realizada uma assembleia na Academia
Casa de Pedra (Rua Venâncio Aires, 31, São Paulo) para tentar eleger uma
nova diretoria ou decidir por encerrar as atividades.
Imagem..:: Escalador no Campeonato Paulista de 2007- 
Foto de..:: Daniel Costa

(Em janeiro deste ano, o Webventure publicou reportagem sobre a crise do Centro Excursionista Universitário, que também quase acabou, mas conseguiu dar um respiro depois de receber apoio da comunidade.)

De 2008 para cá, a Apee vem diminuindo o número de etapas do paulista,
chegando a apenas duas por ano, e com baixíssima participação de
atletas. “Isso foi desanimando a gente, porque a Apee foi criada
especialmente para organizar campeonatos”, diz Ricardo Leizer,
presidente da entidade há 4 anos, por dois mandatos consecutivos.

A situação atual tem três problemas, segundo Leizer: falta de
escaladores interessados em participar da entidades, falta de
financiamento e baixa renovação de atletas. Combinados, estes fatores
acabam por formar um ciclo.

“Parece que os jovens não querem se envolver com nada de política. Eles
só querem saber de festa, vibe, boulder, mas na hora de arregaçar as
mangas e trabalhar, fica difícil. Tem gente que ainda acha que as
anuidades servem para fazer os diretores ficarem ricos” diz. “Mas, não
temos sede, escritório, secretária, nada”.

Com falta de dinheiro e de participantes, o trabalho de base, que
deveria garantir a renovação, fica amarrado. “Tentamos atacar nas
escolas [para fomentar escaladores iniciantes], mas isso exige trabalho.
Eu tenho de ir em cada uma delas, fazer lobby, organizar atividades.
Mas, sem estrutura e sem pessoal, não dá”, lamenta.

Apelo. Apesar de criticar a falta de apoio da comunidade de
escaladores, Ricardo reconhece que a Apee também falhou, especialmente
na relação com os esportistas. “Também há culpa da entidade, de não
produzir uma comunicação melhor, um site mais atrativo, por exemplo.
Talvez existam outras falhas. Por isso, gostaria de fazer um apelo para
que as pessoas apareçam na assembleia para discutir o que fazer daqui
pra frente”.

Questionado sobre uma possível crise na escalada esportiva como um todo,
o presidente da entidade afirma há um problema na criação de novos
atletas. “Não existe um trabalho de base, que deveria ser feito em
escolas e lugares onde os jovens se concentram”. Para ele, seria preciso
criar um sistema que possibilitasse a renovação anualmente.

“Sem isso, ficamos dependendo de uns poucos, em um universo pequeno, com
um público menor ainda. O esporte precisa de mais gente envolvida, que
trabalhe com lojas e fabricantes, e talvez faça algo junto a órgãos
governamentais. Não sei a fórmula, tenho procurado, mas está difícil
sozinho”, finaliza.

Fonte..:: Webventure

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