Duas toneladas e meia de sementes de Palmeira-juçara (ou de Palmiteiro-juçara) foram espalhadas em junho na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba-PR, de propriedade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.A iniciativa foi realizada em dois momentos, um pelo ar, com um helicóptero da Polícia Militar, que foi disponibilizado para a ação por meio de uma parceria entre a Fundação Grupo Boticário e o Batalhão da Polícia Ambiental do Paraná. No outro momento, um grupo de voluntários efetuou a semeadura por terra.
A ação de semeadura tem por objetivo contribuir para recuperar a população de Palmeira-juçara (Euterpe edulis – Arecaceae) na Reserva. A região de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná, é área natural de ocorrência da espécie, mas, assim como ocorre em toda a Mata Atlântica, o extrativismo predatório da Palmeira para venda do seu principal produto, o palmito, levou a espécie a ser praticamente dizimada e incluída na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente. Em 2011, foi realizado um estudo que confirmou a baixa densidade dessa planta também na área da Reserva Natural Salto Morato. “Por isso, a nossa intenção é recuperar parte do ecossistema da região, de acordo com o plano de manejo da Reserva”, explica o coordenador de Áreas Protegidas da Fundação Grupo Boticário, Gustavo Gatti.
Na ação por terra, as sementes foram semeadas por um grupo de aproximadamente 20 pessoas, das quais 14 foram voluntários. “Essa é uma iniciativa que também contribui para formar agentes multiplicadores em prol da causa da conservação”, diz Philipp Stumpe, analista de projetos ambientais da Fundação Grupo Boticário e responsável pela organização da ação de semeadura.
Sobre o lançamento aéreo, comandante do Batalhão da Polícia Ambiental, tenente coronel Chehade Elias Geha, afirma que é com muita satisfação que o Batalhão participa da ação como parceira da Fundação Grupo Boticário. “Durante muitos anos o homem vem degradando de forma acentuada o meio ambiente e hoje chegamos a um ponto em que a união de esforços para a preservação dos recursos naturais é fundamental para a manutenção de condições de vida saudáveis”, diz. Para ele, essa ação de semeadura é, literalmente, “uma semente que foi plantada visando à conscientização de toda a população do litoral do Estado para a importância do uso sustentável dos recursos naturais”, destaca.
Fiscalização
“Nessas ações de fiscalização, a Reserva Natural Salto Morato e outras unidades de conservação da região contam com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental, que é responsável por zelar pelo cumprimento da lei. O trabalho do batalhão é indispensável para a proteção da natureza“, ressalta Gatti.
Palmeira-juçara
Além disso, a Palmeira-juçara promove a preservação e ampliação das florestas e ecossistemas associados à Mata Atlântica ao atrair animais que se alimentam dos seus frutos e dispersam essas e outras sementes, promovendo a regeneração da Mata Atlântica. Com isso, contribui para a regulação do fluxo dos mananciais, manutenção da fertilidade do solo, fixação do carbono e a proteção das encostas das serras e morros.
O alto valor comercial do palmito faz dele um dos produtos florestais mais explorados há séculos, e para sua obtenção é necessário o corte da palmeira, levando-a à morte. Devido ao extrativismo predatório e ilegal do palmito, a planta é cortada antes mesmo de se reproduzir, causando um grande impacto na regeneração natural. Hoje, a espécie passa por um momento crítico pela expressiva redução de suas populações naturais.
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Fonte..:: Fundação Grupo Boticário
(papo de biologia, recicle suas idéias)


