Imóveis para locação na Baixada Santista não são suficientes

Por..:: Gabriela Lousada
O número de imóveis disponíveis para locação na região não supre a
procura dos turistas nos períodos de temporada, apontam dados do
Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) da Baixada Santista.
Além de julho, os meses de dezembro, janeiro e fevereiro são o que
registram maior procura pelas locações de curto período.

Ainda
de acordo com o órgão, Santos, Praia Grande, Guarujá e São Vicente são
as cidades mais requisitadas pelos turistas em julho. Segundo o
subdelegado do Creci, Emídio Fernandes, comparado a 2011, a procura por
imóveis de temporada neste mês ainda não registrou crescimento. “A
procura deve se intensificar a partir do dia 15.”

Segundo Bruno Ferreira, diretor-comercial da C. Ferreira Imóveis, o mês de julho é uma das épocas do ano em que há maior
procura por imóveis de temporada, mas que independentemente da época do
ano, Santos registra procura e crescimento todos os meses. “O mercado
imobiliário para locação tem boa procura sempre. Falta oferta de imóveis
principalmente para o fim do ano, Carnaval e férias de julho.”


Mais procurados
 Entre
os tipos de imóvel mais alugados estão os apartamentos pequenos, salas
living ou que possuem apenas quarto e sala, localizados em Santos e
próximos à praia. “Apartamentos maiores possuem valor superior, o que
faz com que o turista de temporada acabe preferindo se hospedar em
flats”, diz Fernandes.

Pesquisa Ibope  aponta que entre as
cidades com maior índice de verticalização, Santos lidera a lista com
63%, seguida por capitais como Balneário Camboriú, com 57%, e Porto
Alegre, com 47%. “Por esse perfil da cidade, a maioria dos imóveis
procurados e oferecidos para aluguel em Santos são apartamentos,
diferentemente de Praia Grande, onde há mais casas”, aponta Ferreira.

Proximidade com a orla e centro comerciais nas redondezas faz com que alguns bairros estejam mais valorizados que outros.

Os
bairros mais tradicionais de Santos, como Gonzaga e Boqueirão são os
mais procurados por estarem mais próximos aos centros comerciais. “O
bairro Pompéia tem registrado crescimento na procura por estar colado ao
Gonzaga, e, ao mesmo tempo, ser um pouco mais tranquilo e estar, no
máximo, a três quadras de distância da praia. O bairro Aparecida também
apresentou valorização, em função do Shopping Praiamar”, diz Ferreira.

Santos
está entre as cidades do litoral sul de São Paulo que registraram
aumento nos valores de locação, diferente dos outros municípios da
região que sofreram desvalorização. Balanço do Creci-SP referente ao
feriado de Corpus Christi, comparado a igual período do ano passado,
aponta aumento de 24% nos valores de locação de casas em Santos. Os
apartamentos de dois quartos apresentaram valores 45% mais caros.

Segundo
Ferreira, a pouca oferta e grande procura acarretam em preços mais
altos. “O que tem acaba valorizando. Por isso o preço sobe.”

Com
relação ao perfil dos turistas, residentes do Estado de São Paulo são os
que mais visitam as cidades da região. “Santos, Praia Grande e Guarujá
recebem mais turistas do interior. Já Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe
recebem mais o público de cidades do ABCD.”

Fechando o negócio
Um documento para oficializar
o aluguel do imóvel é indispensável, mesmo que a locação dure uma
semana. Contrato de temporada não exige período mínimo para estadia, mas
nem por isso a preocupação e zelo do proprietário e de quem está
alugando deve ser menor.

No documento devem constar as datas de
entrada e saída do inquilino, o valor, a forma de pagamento, eventuais
multas para os casos de atraso ou depredação e até o número de pessoas
que vão ficar no imóvel.

O contrato também deve trazer o número
de copos, talheres, pratos, panelas e outros utensílios que estejam à
disposição do inquilino na casa ou apartamento. Na data da entrada do
inquilino no imóvel, deve-se verificar se tudo está de acordo com o
especificado no contrato, repetindo-se o procedimento na saída.

“O
contrato é uma garantia tanto para o inquilino, quanto para o
proprietário do local. Cláusulas bem elaboradas oferecem segurança para
ambas as partes”, diz Ferreira.

Cautela na hora de pagar o valor
acordado também é necessário. As formas de pagamento do aluguel podem
ser livremente combinadas entre proprietário e inquilino, mas, para
evitar dor de cabeça, é recomendável não pagar tudo de uma só vez. “O
ideal é que metade do valor seja entregue no ato da contratação e a
outra metade no final”, aconselha o profissional.

Procurar uma
imobiliária facilita o processo de locação, tanto o proprietário quanto o
inquilino, uma vez que todas as burocracias e procedimentos necessários
são realizados pelo corretor. Desta forma, as chances de ocorrer algum
inconveniente são minimizadas. A lista de profissionais credenciados
pelo Creci I pode ser acessada no site do órgão.

O administrador
de empresas Márcio Araújo resolveu fazer tudo por conta própria e não
teve um final feliz nas férias de dezembro do ano passado. Os dias de
tranquilidade se transformaram em dor de cabeça quando ele percebeu que a
casa que havia alugado, no Litoral Norte, era praticamente outra.

“O
número de quartos e localização do imóvel estavam certos, mas parecia
que tinha passado um furacão na casa. As fotos que o proprietário me
enviou deveriam ser de anos atrás. Os móveis estavam caindo aos pedaços e
havia muita umidade e infiltrações. Como minha filha tem asma tive que
voltar para casa”, conta Araújo.

Ele, que fez toda transação pela
internet, conseguiu reaver apenas parte do dinheiro e diz ter aprendido
a lição. “Dei  60% do valor de entrada e consegui de volta apenas
metade do dinheiro. Mas aprendi. Em março saí de férias e não tive
problemas. Contratei um corretor, que salvou meu descanso.”

O
diretor presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das
Relações de Consumo (IBEDEC), José Geraldo Tardin, alerta aos locatários
de imóveis sobre os cuidados básicos na hora de alugar um imóvel de
temporada. Abaixo, confira os principais cuidados a tomar.

Cuidados ao alugar imóvel para temporada
– Conhecer o imóvel antes de alugar;
– Avaliar a facilidade de acesso e infraestrutura;
– Quem quer descanso deve levar em conta a proximidade de bares, restaurantes e avenidas ruidosas;
– Se o imóvel for localizado em um condomínio ou tiver caseiro, deve-se combinar com o proprietário quem paga essa despesa;
– Faça uma vistoria no imóvel antes de entrar. Se houver aparelhos eletrônicos, ligue para ver se funcionam;
– Verifique os estado dos utensílios. Sofás (manchados, rasgados, riscados) e objetos de decoração;
– Anote a quantidade de utensílios nos armários e gavetas de cozinha;
– Confira o estado de conservação dos colchões e móveis;

Exija um contrato e que nele conste: localiza& ccedil;ão do imóvel,
nome do proprietário, dia de entrada e saída, valor da locação, local
de retirada, entrega das chaves e forma de pagamento;
– O pagamento deve ser feito preferencialmente com cheque nominal ao proprietário, exigindo-se recibo;

Se receber o imóvel em condições diferentes do combinado, rescinda
imediatamente o contrato e tome as medidas judiciais cabíveis ou reveja o
acordo com o locatário para adequar o valor com a real situação do
imóvel;
– Junte toda publicidade referente ao imóvel.

Fonte..:: A Tribuna

(turismo)

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