Por..:: Eleni Nogueira
Locomotivas a vapor, bondes elétricos, trator rodoferroviário a diesel… Testemunhas de um passado recente, hoje são atrações turísticas, símbolos de Itatinga e registros históricos de uma época que deixou saudades e boas lembranças
Desde 2005, este que foi o último tramway a vapor a funcionar no estado de São Paulo, segundo o Museu do Transporte Público Gaetano Ferolla, foi substituído por um trator rodoferroviário movido a diesel. Já não valia mais a pena a sua manutenção e o uso de lenha nos tempos atuais. Mas há quem diga que o percurso para Itatinga perdeu parte de seu charme.
O elo da locomotiva com a região teve início em 1905. Quando definida a construção da Usina Hidrelétrica de Itatinga, logo surgiu um grande problema: como transportar materiais e trabalhadores pela estreita faixa de mata entre o rio e o sopé da Serra do Mar, até a área escolhida para receber a casa de força? A questão foi resolvida com a construção de uma linha férrea, com 8 km de comprimento e 80 cm de bitola, assentada ao longo da futura linha de transmissão de energia, concluída em 1906. Surgia assim, a menor linha férrea do Brasil.
A medida que a obra evoluiu, foram criadas mais duas linhas férreas, uma no alto da serra, no trecho entre a captação até a câmara d’água, com bitola de 60 cm e 3 km de comprimento e outra no trecho da linha de tubos com bitola de 80 cm e 2 km de comprimento.
Com a robustez e a força necessárias para o serviço, elas partiam diariamente do porto fluvial construído à margem do Rio Itapanhaú e corriam diariamente pelas linhas, transportando trabalhadores, tubulações, maquinários e todo material necessário para a construção da usina. O material vinha do porto de Santos, a 30 km de distância, seguindo pelo mar e Canal de Bertioga em barcaças, batelões e chatas. Terminada a construção da usina, em 1910, a ferrovia continuou servindo regularmente para o transporte de materiais e funcionários, no atendimento à usina até os dias de hoje.
O maquinista Luiz Carlos Cândido de Souza trabalha em Itatinga há 33 anos, sendo 14 à frente da locomotiva Itapema. Ele continua a transportar pessoas e equipamentos pelos problema: como transportar materiais e trabalhadores pela estreita faixa de mata entre o rio e o sopé da Serra do Mar, até a área escolhida para receber a casa de força? A questão foi resolvida com a construção de uma linha férrea, com 8 km de comprimento e 80 cm de bitola, assentada ao longo da futura linha de transmissão de energia, concluída em 1906. Surgia assim, a menor linha férrea do Brasil.
A medida que a obra evoluiu, foram criadas mais duas linhas férreas, uma no alto da serra, no trecho entre a captação até a câmara d’água, com bitola de 60 cm e 3 km de comprimento e outra no trecho da linha de tubos com bitola de 80 cm e 2 km de comprimento.
Para o transporte de carga, foram adquiridas trilhos da linha férrea, nos bondinhos elétricos e no trator rodoferroviário, mas diz sentir falta do som da maria-fumaça. “A locomotiva era muito quente e bem mais trabalhosa. Mas quando olho para ela ali parada sinto saudades. O trator é bem mais fácil de lidar. Mas não tem a mesma graça”.
..:: Bondes elétricos
O acesso para a Vila de Itatinga também inclui o passeio em bondes elétricos. Eles chegaram à região a partir de 1957. Para baixar os custos operacionais, a linha férrea foi eletrificada com 550 volts de corrente contínua, e passou-se a utilizar veículos de tração elétrica. Estava assim criada mais uma linha de bondes no estado de São Paulo, inaugurada em 1958. As locomotivas a vapor foram mantidas para casos de emergência.
Os bondes foram construídos nas oficinas da Cia. Docas de Santos a partir de material proveniente dos bondes elétricos desativados do Guarujá. Os três vagões de passageiros são de antigos bondes a burro da cidade de Santos.
São dois os bondes elétricos de Itatinga. A unidade B-1 possui dois trucks motores, cada um com motor de 7,5KW e controller duplo em cada extremidade do veículo. A unidade B-2 possui um único motor central de 13,5 KW e o controller fica localizado no centro.
A linha ferroviária de acesso a Itatinga opera regularmente com dois bondes, mais o trator rodoferroviário, transportando materiais, funcionários da usina e turistas.
..:: Peças de museu
A locomotiva Lavoura encontra-se em exposição no Museu do Porto de Santos, localizado na avenida Conselheiro Rodrigues Alves s/n, em Santos. Já a Mont Serrat está desaparecida desde a década de 1980. Segundo o engenheiro Antonio Carlos da Mata Barreto, gerente do complexo cultural do porto, ela foi emprestada ao governo do estado para uma exposição e acabou desaparecendo. “Estamos fazendo uma busca para resgatá-la e trazê-la para o museu”, afirmou. Para a locomotiva Itapema, em Itatinga, está prevista a construção de uma miniestação com redoma para abrigá-la das intempéries.
Fonte..:: Beachco
(turismo, fatos_históricos)




